domingo, 25 de maio de 2008

CONFERÊNCIA

O Choque Tecnológico e o Crescimento da Economia Portuguesa

Organização dos Mercados de Capitais em Portugal e no Mundo
e o Financiamento das Empresas em Bolsa
27 de Maio de 2008 às 18.30 horas
Auditório Pessoa Vaz
Oradores:
Dr. Pedro Rangel
Dr. Bernardo Claro da Fonseca

Referencia ao artigo do colega Ricardo Tavares

Esclarecimento

O artigo publicado no jornal OJE na pagina Lìderes de Amanhã
Tem como objectivo comentar " o presidente iraniano Mahmoud Ahmadineyad, cujo país é o quarto exportador mundial de petróleo e o segundo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), pediu á organização que proteja os direitos dos seus membros para influenciar a economia mundial. E instou para que os Países do Cartel "estabeleçam um banco comum e empreguem a mesma moeda". O objectivo é utilizar nas transacções outras moedas em vez do dolar norte-americano. O que beneficiará o euro. Mas até que ponto é perigosa esta tentativa de influência na economia mundial?"
CONFERÊNCIA

O Choque Tecnológico e o Crescimento da Economia Portuguesa

Organização dos Mercados de Capitais em Portugal e no Mundo
e o Financiamento das Empresas em Bolsa



27 de Maio de 2008 às 18.30 horas

Auditório Pessoa Vaz


Oradores:
Dr. Pedro Rangel
Dr. Bernardo Claro da Fonseca




segunda-feira, 19 de maio de 2008

ARTIGO DO COLEGA RICARDO TAVARES NO JORNAL DE ECONOMIA OJE DE 19 DE MAIO DE 2008

Esta intenção do presidente iraniano tem de ser analisada na sequência de um conjunto de outras acções, todas relacionadas com as transacções internacionais de petróleo. Para melhor entendermos o contexto, é necessário recuar até ao final de 2000, quando o então presidente do Iraque Saddam Hussein substituiu o dólar pelo euro nas transacções internacionais de petróleo. Embora no momento os motivos desta decisão fossem exclusivamente políticos (resposta a sanções aplicadas), esta veio a resvalar acertada mais tarde, aquando do início da depreciação do dólar face ao euro. No mesmo momento, Saddam anunciou a intenção de criar a sua própria bolsa de petróleo, transacionada em euros. A invasão do Iraque pelos Estados Unidos deixou a bolsa de Saddam apenas pela intenção. Desde o início da década até agora, outros países alteraram a forma como olhavam para o dólar, como por exemplo, a Venezuela. Hugo Chávez decidiu substituir as reservas da Venezuela em dólares por euros. Encorajou os países em desenvolvimento a permutarem entre si bens, e com a Venezuela através da troca pelo petróleo. Todas as acções anteriores são exemplos de tentativas de alguns países de substituir o dólar pelo euro como moeda de referência na transacção do petróleo.
A intenção do presidente iraniano é mais uma, mas a uma escala maior. A utilização do euro pela OPEP em vez do dólar fará com que muitos países tendam trocar as suas reservas de dólares por euros. Esta alteração originaria uma desvalorização algures entre os 20% e os 40% da moeda americana. Isto originaria uma crise nos Estados Unidos que passaria à escala mundial, através dos mecanismos de transmissão monetária. Se, por exemplo, olharmos para a balança comercial da China (um gigante em crescimento), observamos que os Estados Unidos são o principal destino das suas exportações (com um crescimento de 14,4% de 2006 para 2007). No cenário de desvalorização do dólar, a crise estaria também à porta da China. E depois destes, o mesmo mecanismo chegaria a outros…
Do ponto de vista dos países da União Europeia, a passagem da transacção do petróleo de dólares para euros por parte da OPEP, teria algum interesse. A constituição de reservas em euros por parte dos outros países (compradores ao países da OPEP) eliminaria o risco cambial. Esse aumento da procura de euros iria valorizar ainda mais a nossa moeda. Os dois argumentos anteriores juntamente com o facto dos países da União Europeia serem os principais importadores dos países que compõem a OPEP, fariam com que, a prazo, o euro tomasse o lugar do dólar como moeda de referência e de transacções a nível mundial.
Em suma, a proposta do presidente iraniano poderá originar uma crise nos Estados Unidos e esta alastrará a uma escala mundial. A magnitude dos efeitos e os resultados dos mesmos dependem da interligação dos mercados a nível mundial.

Finalista do Curso de Economia FEG-da Universidade Lusófona

sexta-feira, 2 de maio de 2008

CONFERENCIA DIA 5-05-2008

CONFERÊNCIA
CAPACIDADE DE ATRACÇÃO DE INVESTIMENTO DIRECTO ESTRANGEIRO PELA ECONOMIA PORTUGUESA
REALIZA-SE NO PRÓXIMO DIA 5 DE MAIO DE 2008
NA UNIVERSIDADE LUSÓFONA
NO AUDITÓRIO PESSOA VAZ
COM A PARTICIPAÇÃO
DR. RENATO HOMEM
INICIATIVA DO OBSERVATÓRIO DE ECONOMIA
FEG-LUSOFONA

A Diversificação dos Mercados

O Presidente da República Portuguesa, Cavaco Silva, proferiu na Jordânia no dia 18 de Fevereiro de 2008, numa visita oficial de dois dias ao país do Golfo, que a economia portuguesa tem que diversificar os seus mercados para ficar menos vulnerável às crises financeiras internacionais.

A União Europeia continua a ser o destino preferido dos exportadores portugueses, no entanto, os países, como Angola, Rússia e Arábia Saudita, economias emergentes do mercado global, já estão a ter um peso significativo como destinos dos nossos exportadores.

Como poderá Portugal diversificar mais os seus mercados, e o papel dos gestores nessa mudança?

Uma análise de curto prazo

Com a desvalorização do Dólar em relação ao Euro continuada nos últimos meses as nossas exportações para os países com grandes reservas de Dólares não diminuíram, mas as dificuldades de colocar os produtos nesses países poderão aumentar, pelo facto das nossas exportações ficarem mais caras, e por essa via ficar menos competitivo. A alteração de diversificar para os mercados em que existem grandes reservas de Euros, facilita os preços dos nossos produtos.



Exportações – Comércio Extra comunitário por Países

(Milhões de €)

As exportações para os Países Terceiros de Janeiro de 2007 para Janeiro de 2008, não se alteraram significativamente em relação aos países de destino.
Os grandes destinos continuam a ser os EUA, os PALOP, a Ásia e a América Latina.

Resultados Globais – Novembro 2007 a Janeiro 2008


Nos últimos três meses as exportações aumentaram 8,6 % e as importações 20,7 %, comparando com o período homólogo (Novembro de 2006 a Janeiro de 2007), o que determinou um agravamento do saldo da balança comercial com os Países Terceiros. A taxa de cobertura das importações pelas exportações desceu 6,8 p.p., quando comparada com o período homólogo.

Análise de longo prazo

A estrutura do tecido empresarial português assenta cerca de 90% de PME’s, e nesta temática, a dimensão empresarial é importante para a competitividade externa. As nossas PME’s com a sua dimensão actual, muito dificilmente conseguirão competir num mundo global. Os gestores governamentais e das empresas privadas têm um papel decisivo para a internacionalização dos seus produtos, e por essa via diversificar os seus mercados.

O Governo tem em termos macroeconómicos, várias ferramentas ao seu dispor, para incentivar cada vez mais a internacionalização das nossas empresas. Por exemplo, reduzir a taxa de IRC para 15 % para as empresas que exportam mais de 20 % do seu volume de negócios para países terceiros. Outra medida possível, seria um benefício fiscal, no sentido, de deduzir à colecta de IRC um montante majorado em 30 % do valor investido em tecnologia para permitir a sua internacionalização.

O Estado, como papel regulador e incentivador, pode ainda com acordos bilaterais ou multilaterais, conseguir acordos com outros destinos, nomeadamente países emergentes.

Os mercados só podem ser diversificados, se os produtos forem competitivos, por isso à muito a fazer, nomeadamente, encontrar empresas com a dimensão suficiente para produzir em escala, e também em termos comparativos, produzir aquilo que nos fica mais vantajoso economicamente.

Os gestores privados, antes de se internacionalizarem, têm que conseguir obter estruturas para optimizar os seus produtos, no sentido de produzir em escala, mas como são PME’s, podem fazer consórcios, como sejam os ACE’s (Agrupamentos Complementares de Empresas), para permitir, com a sua dimensão uma entrada mais fácil em mercados muito concorrenciais.

Nos gestores portugueses, também à muito a fazer, quanto à sua competência como gestores sem formação para o serem, e o espírito global, isto é, o mercados não se restringem às fronteiras físicas, o mercado é global, portanto à que preparar, organizar e competir.

O maior problema económico português, não é mudar de rotas comercias, mas sim um problema estruturante, só se poderá resolver num período nunca inferior a um década.


João Soares, a20062750
A20062750
Economia2N1

DEBATE SOBRE OS IMPOSTOS ESTÁ NA MODA

(França, Espanha e Alemanha são apenas 3 dos países onde os governos já anunciaram choques fiscais para reanimarem a economia)

Será abaixa de impostos, uma vitamina para combater a estagnação económica e o emprego ?, ou estarão os defensores desta tese redondamente enganados ?

Antes de mais é preciso saber os dados macroeconómicos das três maiores economias da zona euro, para reflectir sobre o efeito dos choques fiscais nestas economias.



Anos de 2007 e 2008 (previsões)
Fonte: OCDE


Os impostos são uma das medidas da política orçamental dos governos, a sua aplicabilidade têm efeitos diferenciados conforme o estado das economias. O período de tempo e o tipo de imposto são importantes para tomar decisões sobre a descida dos impostos. Os impostos directos, nomeadamente o IRS e o IRC, têm um importante papel na redistribuição do rendimento (particular ou empresa, paga mais quem aufere mais), os impostos indirectos, nomeadamente o IVA, é um imposto «cego e injusto», porque vai incidir sobre o consumo dos bens e serviços básicos, e as pessoas com menos rendimentos vão ter mais dificuldades de obter esses bens e serviços. Relativamente ao período de tempo, os impostos indirectos vão reflectir-se no curto prazo, enquanto os impostos directos têm uma função de poupança e investimento, que se vão reflectir no médio e longo prazo. A descida dos impostos indirectos levaria a uma diminuição do PIB, através da variável consumo, enquanto a descida dos impostos directos levaria no curto prazo a uma diminuição do PIB, mas no médio e longo prazo o PIB iria aumentar, através da variável investimento, e as receitas fiscais aumentariam pela dinamização da economia.
A Governo alemão aumentou a taxa do IVA de 16% para 19% no início de 2007, esta medida originou a um aumento das receitas fiscais através do consumo interno. A medida mais correcta seria descer os impostos directos, para proporcionar um maior investimento interno e externo, e ganhar competitividade, nomeadamente às economias da Europa de Leste, que têm taxas de imposto de IRS e IRC mais baixas. Esta medida teria uma implicação directa no curto prazo de menos receitas, agravando o défice, mas originaria um incremento na actividade económica e a aumento do PIB do médio prazo, traria um aumento das receitas fiscais.
A economia francesa neste momento não permite uma folga para a descida dos impostos directos como anunciou o 1º Ministro francês Nicholas Sarkozy, pelo facto do défice em 2007 representar 2,3 % do PIB, e estar obrigado a cumprir as metas do PEC (Pacto de Estabilidade e Crescimento), que são, enquanto não atingir o equilíbrio orçamental, deverá o défice ter uma redução de pelo menos 0,5 % anuais. A descida dos impostos directos vai permitir uma maior dinamização da economia francesa, que permite a diminuição do desemprego para 2008.
A economia Espanhola, neste momento, está sobreaquecida, com um superavit orçamental, com uma forte dinamização no sector imobiliário, que é a alavanca da economia espanhola. O choque fiscal na economia espanhola é bem vindo, porque tem uma folga orçamental, e permite a uma redução da taxa de desemprego. È importante referir, que estamos a assistir a um crescimento da «bolha no sector imobiliário» que tem que contida.
O choque fiscal na economia portuguesa não vai ser assistido nos próximos dois anos, pelo facto da restrição orçamental. Quando houver equilíbrio orçamental, provavelmente, será em 2010, a economia portuguesa estará de facto preparada para uma redução substancial nos impostos directos, que são importantes para dinamizar a economia no que diz respeito ao investimento interno, mas principalmente o investimento externo, para permitir uma redução da taxa de desemprego.

A economia mundial em 2007, deverá crescer 5 %, com as importantes comparticipações das economias da China, Índia, Rússia, Brasil, Turquia e outras economias emergentes no comércio externo. O índice da fiscalidade nestes países são substancialmente inferiores aos países da zona Euro e Estados Unidos da América.

As economias da zona Euro poderão de alguma forma no médio e longo prazo, conseguirem mais investimentos internos e externos, se os impostos directos baixarem de uma forma controlada e programada. È importante e decisivos os 27 países da Comunidade Europeia, chegarem a um acordo, relativamente à harmonização fiscal, para terem mais competitividade relativamente aos países das economias emergentes.

È preciso não esquecer um aspecto importante, na arrecadação dos impostos, se todos pagarem, todos pagaremos menos certamente. É importante um combate unificado à fraude e evasão fiscal.


João Soares